Alimento: Tudo o que Você Precisa Saber

Durante a maior parte de nossa história, a ação de se alimentar raramente exigia uma profunda reflexão, pois costumávamos consumir alimento que estava prontamente disponível naquele momento específico.

Nossa sociedade evoluiu em meio à escassez, enfrentando desafios que moldaram nossos hábitos alimentares e estratégias de sobrevivência.

A necessidade constante de buscar recursos alimentares em ambientes muitas vezes hostis contribuiu para a formação de práticas adaptativas ao longo do tempo.

Esse contexto de escassez influenciou não apenas o que comíamos, mas também como percebemos o ato de se alimentar, uma vez que a disponibilidade limitada moldava nossas relações com a comida e seu valor intrínseco.

Contudo, a escassez ficou no passado!

Atualmente, desde que tenhamos poder aquisitivo para tal, temos acesso irrestrito aos mais diversos tipos de alimentos.

Se alimentar não é uma opção, mas sim uma demanda fisiológica para a manutenção da vida!

Neste guia, descubra tudo sobre alimento, vou esclarecer para você a diferença entre alimento e alimentação, frequentemente confundidos na internet. Continue a leitura e descubra de uma vez por todas essa diferença.

Logo o ato de se alimentar faz parte do tripé que sustenta a manutenção de nossa espécie e sociedade no ambiente.

O ato de se alimentar está intrinsecamente relacionado a mecanismos de recompensa de nosso organismo: prazer.

Por conta do ambiente escasso  em que nosso organismo se desenvolveu, alimentos com maior densidade energética são mais palatáveis em nossa percepção sensorial.

O contexto atual acaba por favorecer uma dieta com alta densidade energética e baixa qualidade nutricional.

Diversos são os fatores que corroboram para este cenário, o desenvolvimento tecno-científico possibilitou novos meios e processos no que diz respeito a produtos alimentícios.

Afinal, o que é alimento?

Alimento, em sua essência, é definido como qualquer composto capaz de fornecer energia e matéria para os organismos.

Essa definição destaca a importância fundamental dos alimentos, que não apenas sustentam, mas também nutrem os seres vivos, desempenhando um papel vital em seus processos metabólicos e funcionamento geral.

Ao compreendermos profundamente o significado dessa definição, podemos explorar de maneira mais abrangente o impacto dos alimentos em nossa saúde e bem-estar.

Qual a função do alimento para um organismo?

Permitir que o mesmo realize suas funções vitais, reprodução, movimento, crescimento, etc.

A função primordial do alimento para um organismo é possibilitar a realização de suas funções vitais como:

  • Reprodução;
  • Movimento;
  • Crescimento. 

Além de fornecer a energia necessária para essas atividades fundamentais, os alimentos desempenham um papel crucial ao disponibilizar os nutrientes essenciais para um desenvolvimento adequado e a manutenção da saúde.

A complexidade dessa interação ressalta a significativa importância da alimentação no eficiente funcionamento dos sistemas biológicos. No próximo tópico, abordaremos a composição dos alimentos. Prossiga com a leitura para aprofundar seu entendimento.

 Qual a composição dos alimentos?

Em termos químicos, a composição dos alimentos é predominantemente constituída pelos elementos (C) carbono, (H) hidrogênio, (O) oxigênio e (N) nitrogênio.

Esses elementos fundamentais formam os blocos de construção dos nutrientes essenciais encontrados nos alimentos, desempenhando papéis cruciais na nutrição e no suporte às funções biológicas. 

Além disso, podemos dizer também que os alimentos são compostos e divididos por micronutrientes e macronutrientes. Você sabe quais são?

Macronutrientes 

  • Carboidratos: fonte energética vital, encontrados em alimentos como grãos, frutas e vegetais;
  • Proteínas: blocos construtores essenciais para o corpo, presentes em carnes, legumes e laticínios;
  • Lipídios: essenciais para energia e função celular, encontrados em óleos, gorduras e frutos secos.

Micronutrientes

  • Vitaminas: micronutrientes vitais para saúde e funcionamento do organismo, presentes em frutas, vegetais e alimentos variados;
  • Minerais: elementos essenciais para diversas funções corporais, presentes em alimentos como frutas, vegetais e fontes minerais.

O que é um alimento saudável?

A premissa de alimento saudável vem da concepção de que existem alimentos não saudáveis.

Um alimento pode ser analisado de diversas maneiras.

Podemos olhar para a sua matriz nutricional, para a disposição dos nutrientes, densidade energética, índice glicêmico, carga glicêmica, e muito mais.

Logo podemos considerar que certos alimentos são mais ou menos interessantes para compor a alimentação de um indivíduo.

Algumas classes de alimentos apresentam características atraentes para determinados objetivos, por exemplo: no emagrecimento existe uma tendência em selecionar alimentos com uma menor densidade energética, carga glicêmica, maior quantidade de fibras, etc.

Desta perspectiva podemos dizer que os alimentos que possuem um conjunto de características que são vantajosas para o funcionamento de nosso sistema podem ser classificados como saudáveis.

No lado oposto temos aqueles alimentos que não demonstram tantas qualidades, que não trazem tanta vantagem para o nosso organismo.

Alimentos que quando consumidos em excesso podem trazer consequências a médio e longo prazo para o pleno funcionamento de nosso organismo.

Para estas alimentações damos o rótulo de não saudáveis.

O que é alimento para sociedade contemporânea?

Na sociedade contemporânea, o significado de alimento transcende a mera ingestão. Envolve conexões sociais, culturais e sustentáveis. Comer vai além da nutrição, tornando-se uma expressão multifacetada de identidade e bem-estar.

  • Comer;
  • Alimentar;
  • Nutrir.

Entenda que, para este assunto, à primeira vista simples, possui em seu âmago diversas camadas, sejam elas semânticas ou conceituais.

Fato é que há um razoável período de tempo em nossa sociedade, o ato de comer deixou de ter um objetivo específico: fornecer nutrientes para a manutenção da vida!

Passando a ocupar diversos papéis e significados dentro da sociedade como.

  • Culturais: comida como bandeira da tradição de uma região específica;
  • Sociais: compartilhar com outros indivíduos o ato de se alimentar, reuniões familiares, festividades;
  • Hedonístico: alimentar-se pelo prazer em comer.
 Indivíduos em uma mesa circular. Em um Banquete socializando.

Cada indivíduo possui em si uma relação com o alimento.

Tendo em vista que esta relação pode ser boa ou ruim, dependendo do contexto e vivências do mesmo.

O ato de comer pode se tornar uma grande muleta emocional, isto porque socialmente falando o alimento está intrinsecamente ligado a boas recordações.

Sendo assim, não é raro encontrar indivíduos que descarregam suas cargas emocionais no comportamento de comer, ligando um sentimento específico ao prazer proporcionado pelo ato de se alimentar.”

Guia alimentar Brasileiro: A nova classificação

A Nova Classificação considera o grau de processamento dos alimentos, dividindo-os em quatro categorias distintas. Continue a leitura para conferir!

Grupo 1: Alimentos in natura

Alimentos in natura são aqueles que consumimos com o mínimo de processamento necessário para o consumo.

Compõe este grupo as partes comestíveis dos alimentos: frutas, legumes, raízes, carnes, ovos, leite, etc.

Alimentos minimamente processados:

Alimentos minimamente processados são alimentos in natura que demandam de algum tipo maior de processamento, contudo sem o incremento de outros ingredientes ou de processos que desvirtuem suas características. 

  • Arroz: que é apenas selecionado e ensacado;
  • Trigo: que é transformado em farinha;
  • Café: que é torrado e moído, leite que é pasteurizado, etc.

Grupo 2: Ingredientes culinários processados

Ingredientes culinários processados são substâncias extraídas de alimentos in natura (Grupo 1) por procedimentos físicos como prensagem, centrifugação e concentração: azeite, manteiga, sal, etc.

Grupo 3: Alimentos processados

Este grupo é composto por alimentos in natura (Grupo 1) que são modificados por processos simples que podem ser realizados de maneira doméstica ou em escala industrial: pães, queijos caseiros, bolos, conservas, etc.

Grupo 4: Alimentos ultraprocessados

Alimentos ultraprocessados são o resultado de um mix de substâncias isoladas derivadas de alimentos in natura (Grupo 1).

Essas substâncias são organizadas por meio de formulações conduzidas de maneira industrial: bolachas, bebidas lácteas, pães, salsicha, etc.

O consumo excessivo de alimentos processados e ultraprocessados, aliados ao baixíssimo nível de atividade física “sedentarismo”, culminam na pandemia de obesidade na população.

O sobrepeso e a obesidade são processos multifatoriais e cumulativos, sendo assim quanto mais cedo um indivíduo entrar em um quadro de sobrepeso, maior será a probabilidade que o mesmo transite para um quadro de obesidade.

Fato é que nos moldes atuais de nossa sociedade, um gerenciamento do consumo energético diário, isto é, o gerenciamento daquilo que comemos se faz mais do que necessário para a manutenção de nossa saúde e da saudabilidade do indivíduo.

Para além da energia ingerida “calorias” a disposição dos macronutrientes e micronutrientes se faz fundamental para o pleno funcionamento de nosso maquinário fisiológico.

Bem como um nível adequado de atividade física, tendo em vista a manutenção e preservação da função muscular, estrutural e fisiológica do mesmo!

A decisão sobre o que comer ou como se alimentar frequentemente gera dúvidas.

No entanto, este artigo visa dissipar essas incertezas. No próximo tópico, oferecemos orientações definitivas sobre como escolher alimentos. Continue lendo!

Como escolher um alimento?

A escolha consciente de alimentos desempenha um papel fundamental em nossa saúde e bem-estar. Diante da abundância de opções no mercado, entender como selecionar alimentos torna-se essencial para uma dieta equilibrada e nutritiva. 

A tarefa de escolher um alimento vai além do simples ato de satisfazer a fome, envolvendo considerações nutricionais, preferências pessoais e valores individuais.

Este guia oferece insights valiosos para capacitar escolhas alimentares saudáveis e alinhadas com os objetivos individuais de cada pessoa.

Como diferenciar um alimento bom de um ruim?

Todo alimento possui uma composição e distribuição própria de nutrientes!

Alimentos tendem a ter uma maior ou menor magnitude de um macronutriente ou micronutriente, alguns com uma maior concentração de carboidratos, outros com maior concentração de lipídios, proteínas, água, etc.

Então a escolha de um alimento deve ser levada em conta para com o momento da refeição do indivíduo.

Contudo, alimentos processados e ultraprocessados acabam por dessensibilizar o paladar do indivíduo, uma vez que tais alimentos possuem em si um mix de componentes em sua composição, normalmente com altas quantidades de açúcares, gorduras e sódio.

A exposição frequente a esses alimentos, acabam por perder a sensibilidade do paladar para alimentos minimamente processados e in natura, tendo em vista que por si só estas classes de alimentos, acabam por possuir uma densidade energética, e um balanço nutricional em sua composição, muito mais sutil quando comparados aos processados e ultraprocessados.

Sendo assim uma análise isolada dos alimentos “se são mais saudáveis ou menos saudáveis”,  acabam por não demonstrar o contexto alimentar do indivíduo, isto é, o que realmente importa é a distribuição dos nutrientes e a frequência do consumo de certos tipos de alimentos.

Olhando para as demandas atuais de nossa sociedade, compreender e entender princípios básicos acerca dos alimentos, se faz mais do que necessário.

Necessário para saudabilidade da população.

É importante para a liberdade do indivíduo, uma vez que o entendimento do que comer e quando comer trará autonomia para as escolhas do mesmo!

E principalmente para proteção e manutenção da saúde e de todos aqueles que o circundam, evitando DCNTs (Doenças Crônicas Não Transmissíveis), revertendo danos já causados, melhorando sua qualidade de vida e funcionalidade.

Qual a diferença entre alimento e alimentação?

Quando falamos de alimento, estamos nos referindo a um “objeto” isolado.

De tal forma que, podemos analisar isoladamente as características deste alimento: sua densidade energética, matriz nutricional, etc.

Quando falamos em alimentação, estamos nos referindo ao conjunto de alimentos que compõem o cardápio diário de um indivíduo!

Ao analisar a alimentação de um indivíduo, estamos olhando para os alimentos escolhidos por ela para compor o seu cardápio diário.

Então deixamos de olhar isoladamente para um alimento e olhamos para a somatória que compõe o todo.

Comer alimentos saudáveis é o mesmo que uma alimentação saudável? 

O alimento em si é um componente isolado quando comparado com a alimentação do indivíduo.

A alimentação é a somatória de todos os alimentos selecionados para a ingestão.

Logo, mesmo que um indivíduo consuma diariamente alimentos saudáveis, o que realmente importa é o contexto que o mesmo se submete.

A quantidade, proporção e frequência com que a pessoa consome esses alimentos.

A alimentação leva em conta outros contextos, como a necessidade diária do indivíduo.

Cada indivíduo possui uma demanda própria, levando em consideração o nível de atividade física diária e o tipo de atividade física que o mesmo pratica em seu dia a dia.

E33 Nutrindo Consciência: Uma Jornada complexa do alimento

Em um contexto de crescente complexidade na sociedade contemporânea, este guia propôs uma investigação aprofundada sobre o significado do alimento, indo além da mera ingestão. Desde suas raízes históricas até os desafios nutricionais modernos. 

Falamos da Nova Classificação como uma ferramenta crucial para escolhas conscientes. A reflexão sobre a natureza do alimento, sua composição e a distinção entre alimento e alimentação enfatizou a importância de considerar não apenas a qualidade nutricional, mas também o contexto pessoal e social nas escolhas alimentares.

O guia reforçou a vital compreensão da saudabilidade dos alimentos, a autonomia nas escolhas e a consciência da relação entre alimentação e saúde.

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Referências:

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https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/publicacoes-para-promocao-a-saude/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf/view

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